Estava lendo um artigo no site da Ciência Hoje sobre como são feitas animações em 3D (baixe o artigo aqui) e pensei em escrever sobre a motion capture (lê-se “mouchion képchur”), a tecnologia de animação que mais amo!
Em primeiro lugar, motion capture é a expressão em inglês para “captura de movimentos”. Mas o que vem a ser “captura de movimentos”??
Essa é a tecnologia que permite criar seres animados em 3D baseados nos movimentos reais de um ator (ou atriz), utilizando, basicamente, eletrodos no corpo do ator conectados a computadores, como na foto abaixo:
O software de captura registra qualquer pequeno movimento da parte do corpo onde estão os eletrodos e cria uma imagem básica do ator:
Então os animadores modelam o personagem em cima dessa imagem. Assim podem ser criados personagens de qualquer natureza, ou seja, humanos e não humanos, que têm movimentos mais reais (clique na imagem para ampliá-la):
No caso da Angelina Jolie em Beowulf que, aliás, foi TODO criado por motion capture, ela deu vida à mãe do Grendel, um demônio aquático que perturbava o povo de Hrothgar (lê-se “Róthgar”), reino lendário anglo-saxão (recomendo a leitura dessa história aqui). Depois do tratamento de imagem, a linda personagem dela ficou assim (a imagem à direita é inteiramente computadorizada):
Os softwares de edição permitem modificar tanto os atores que hoje a motion capture é o recurso mais utilizado na criação de animais ou seres fantásticos nos filmes. Antigamente construíam-se robôs para algumas cenas e para outras os animais eram totalmente feitos em computador. A desvantagem é que se animação ou o robô não ficassem praticamente perfeitos, ficava evidente a irrealidade do personagem (melhor: o trabalho ficava toscão mesmo). Na minha opinião, a única exceção é, obviamente, o Jurassic Park. Em algumas cenas é muito difícil saber (para quem é leigo como eu) quem é robô e quem é animação virtual.
Para mim um dos maiores marcos do uso da motion capture foi mesmo no filme Beowulf (não sei por que não foi sucesso de bilheteria!) e antes dele no Gollum, das trilogias do Senhor dos Anéis e atualmente do Hobbit. Lembro-me que quando o primeiro Senhor dos Anéis foi lançado, eu não sabia dessa tal “captura de movimentos” e jurei de pé junto que o Gollum era um ator mega raquítico que o Peter Jackson (diretor e produtor dos filmes) teve a manha de encontrar em algum hospital por aí (sem brincadeira!). Então, na entrega do Oscar de 2002, descobri que ele era fruto da motion capture do Andy Serkis e fiquei muito, mas MUITO chocada:
Outros filmes que adoro e que utilizaram a motion capture são o Expresso Polar…
… Avatar (que tem um dos gráficos mais perfeitos)…
… Piratas do Caribe…
… o último Planeta dos Macacos, outro filme cujos gráficos são os mais perfeitos já criados (aliás, é o melhor gráfico de todos) (clique na imagem para ampliá-la)…
… e As aventuras de Tintin.
Hoje em dia muitos jogos também são feitos com motion capture, para dar mais naturalidade aos movimentos dos personagens, como no Naughty Dog:
O avanço dessa teconologia é tão espetcular que já utilizaram até cavalos de verdade como modelos no Call of Duty: Black Ops (!!!) (clique na imagem para ampliá-la):
Bem, é isso! Se você quiser saber mais sobre a motion capture, é só digitar essa expressão no “oráculo” (o Google) e viajar nos textos. Como há muita informação disponível, achei desnecessário fazer uma compilação de links aqui. 😉
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